Síndrome ocasionada a partir lesões no tecido cerebral; saiba o que é demência, quais são os seus tipos e os tratamentos realizados

A demência não é uma doença exclusiva, sendo considerada uma síndrome. Isso significa que, na verdade, ela corresponde a um grupo de sintomas que uma pessoa pode apresentar ao ser diagnosticada com determinadas condições, como a doença de Alzheimer. Continue a leitura e entenda melhor o que é demência, quais são seus principais tipos e as formas de tratamento.
Vamos lá?
O que é demência?
A demência corresponde a um grupo de sintomas que se apresentam a partir de lesões que acontecem de forma lenta e progressiva no cérebro e geram alterações anormais. Essas alterações, apesar de afetarem principalmente a memória, impactam também o pensamento, o comportamento, os sentimentos e a funcionalidade da pessoa.
Entre os principais sintomas, podemos destacar:
- Esquecimentos frequentes e progressivos;
- Dificuldade para encontrar palavras ou manter uma conversa;
- Confusão com o tempo ou com lugares;
- Alterações de humor ou comportamento;
- Dificuldade em realizar tarefas do dia a dia.
Os primeiros sinais da demência surgem quando os neurônios no cérebro, antes saudáveis, começam a parar de funcionar e perdem suas conexões. Esse processo impacta na funcionalidade de realizar tarefas que antes a pessoa fazia bem, como cozinhar ou resolver questões financeiras.
Um ponto crucial da síndrome é a sua evolução. A demência é progressiva e os seus sintomas pioram com o tempo, podendo dificultar a realização de atividades básicas do dia a dia.
Atualmente, a demência é considerada a sétima principal causa de morte e uma das principais causas de incapacidade no mundo, conforme aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mas é importante destacar: apesar de ser mais comum em idosos, a demência não faz parte do envelhecimento e não necessariamente as pessoas idosas desenvolverão a síndrome.
Quais são os tipos de demência?
As condições neurodegenerativas são as que mais contribuem para o desenvolvimento da demência. A doença de Alzheimer é a mais comum, mas podemos classificar mais quatro tipos, totalizando cinco. Vamos ver cada um abaixo:
Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência, sendo responsável por cerca de 60 a 70% dos diagnósticos, segundo a OMS. É causada por alterações no processamento das proteínas amiloide e TAU no cérebro, além de fatores genéticos, ambientais e estilo de vida.
Geralmente, os primeiros sinais da doença são em relação à memória, mas também pode afetar a linguagem, o pensamento e a percepção.
Demência frontotemporal
Conhecida também como doença de Pick ou demência do lobo frontal, esse é o tipo mais raro e ocorre, geralmente, com pessoas entre 45 e 64 anos. Desenvolve-se também pelo acúmulo anormal de proteína no cérebro, nesse caso, as proteínas: TDP-43 e TAU.
A demência frontotemporal compromete áreas do cérebro ligadas ao comportamento, personalidade e linguagem. Diante disso, pode causar atitudes inadequadas, impulsividade e dificultar a comunicação.
Demência com corpos de Lewy (DCL)
Aqui, a demência é causada pela doença dos corpos de Lewy, que ocorre devido aos depósitos anormais no cérebro da proteína alfa-sinucleína. Seus sintomas incluem esquecimentos, alucinações visuais e alterações motoras, como rigidez.
Demência vascular
Esse é considerado o segundo tipo mais comum de demência. É causada por lesões nos vasos sanguíneos que, quando danificados, reduzem a circulação e privam o cérebro de oxigênio e nutrientes vitais.
Uma condição relacionada é o AVC (Acidente Vascular Cerebral), mas outras condições também podem causar esses danos nos vasos, como tabagismo, hipertensão arterial e diabetes não controlada.
Demência Mista
Por fim, temos a demência mista, em que a pessoa pode ter mais de uma causa para a demência. Nesses casos, os sintomas podem variar com diferentes apresentações.
Existe tratamento para a demência?
A demência é uma síndrome que não tem cura. No entanto, existem tratamentos, de acordo com cada tipo, que permitem uma melhor qualidade de vida para o paciente e ajudam a controlar os sintomas.
Pensando na qualidade de vida e no bem-estar, realizar atividades físicas ativamente, utilizar recursos, como tecnologias, para suporte e estímulo cognitivo e participar de interações sociais que ajudam a manter o cérebro ativo, são cuidados essenciais para o paciente com demência. Aqui, também é importante destacar o apoio familiar, para potencializar as interações e fazer com que a pessoa se sinta acolhida em sua condição.
👉 Veja mais: O que muda na vida conjugal de pessoas com demência?
Agora, o uso de medicamentos ideais para o tipo de demência, assim como terapias de reabilitação cognitiva, são ações importantíssimas para haver o controle dos sintomas. Entra aqui, também, o acompanhamento multiprofissional, com neurologista, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, ou demais profissionais que forem necessários nesse processo.
Vale reforçar que é possível, sim, a prevenção da demência. Para isso, é importante manter hábitos saudáveis que incluem exercício físico, alimentação equilibrada, sono de qualidade e atividades que estimulam o cérebro.
Se você conhece alguém que apresenta alguns dos sinais da demência, procure um neurologista. O diagnóstico precoce faz toda a diferença.